quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Praga é eleita a cidade mais bonita do mundo



 Está na Time Out. Com 27 mil votos, Praga venceu Nova York, Paris e Chicago e ficou na primeira posição na eleição da cidade mais bonita do mundo. “Se a beleza está entre os seus motivos para planejar uma viagem, Praga deve estar no topo da sua lista”, diz a revista.


E não se levou em conta somente a beleza da arquitetura, com locais únicos como a Ponte Carlos ou o Relógio Astronômico. Quem votou considerou também outros aspectos como as vistas deslumbrantes do Parque Letná, os passeios tranquilos ao longo do rio Moldava e a beleza de lugares inesperados como o recém-descoberto Speculum Alchemiae - um laboratório alquímico do século 16 totalmente intacto, uma verdadeira ode à magia em pleno coração da cidade.

Por fim, como não poderia deixar de ser, a boa vida também contou na votação. E aqui a cidade marcou pontos com as inúmeras oportunidades que oferece para relaxar, tomar um café e absorver a adorável atmosfera que faz parte da própria natureza de Praga.

    

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Viajar ganha novo significado no pós-pandemia

 Adonai Aires de Arruda Filho*

 

Adonai Aires de Arruda Filho é diretor da Serra Verde Express, da BWT Operadora e da pousada Caraguatá
Créditos: BWT Operadora

“Viajar! Perder países! / Ser outro constantemente, / Por a alma não ter raízes / De viver de ver somente!”, bradava Fernando Pessoa em um de seus poemas mais conhecidos, escrito em 1933. Quase cem anos mais tarde, os versos do poeta se renovam em um espírito aventureiro que parece ser compartilhado por tantos de nós, depois de tantos meses impossibilitados de ver muito além dos metros quadrados de nossas próprias casas e apartamentos.

Uma série de estudos feitos em todo o mundo têm demonstrado que, conforme a vacinação avança, as pessoas começam a olhar novamente para além de suas esquinas. Isso se traduz em uma nova onda de buscas por passagens, hospedagens e passeios. Mas se engana quem pensa que tudo será como antes, porque as viagens pós-pandemia devem servir a propósitos muito mais profundos e duradouros que simplesmente “perder países”. Pesquisas nos Estados Unidos revelaram que ficar perto da família é a prioridade para a maioria dos entrevistados: 32% mencionam esse tipo de viagem como o mais importante.

Os efeitos de mais de um ano de conexões majoritariamente virtuais serão os propulsores de viagens à procura do afeto e do acolhimento humanos. Durante esse tempo, fomos capazes de compreender a importância da socialização para nossa saúde mental. Agora, prestes a ficarmos livres do necessário distanciamento social, procuraremos experiências que nos permitam fortalecer laços com aqueles que amamos.

Enquanto o Google registrou 131% de aumento nas buscas por viagens solitárias entre 2016 e 2019, neste momento, a tendência é outra. Estar perto, compartilhar risadas, paisagens e refeições, aproveitar a companhia de amigos e familiares podem parecer objetivos singelos, mas adquiriram um imenso significado para quem tem sentido o impacto da solidão na rotina do dia a dia, antes tão cheia de rostos e vozes.

Sentir-se só é um fardo ainda mais pesado para um povo como o brasileiro, acostumado aos apertos de mãos, beijos no rosto e abraços espontâneos. E essa não é uma observação empírica ou hipotética, mas uma estatística devidamente mensurada. O Instituto Ipsos ouviu mais de 23 mil pessoas em 28 países e descobriu que, no Brasil, metade das pessoas afirmam ter sentido solidão “muitas vezes”, “frequentemente” ou “sempre” ao longo da pandemia.

A procura por novas experiências que permitam esticar as pernas e expandir a mente - de preferência acompanhado - é, então, uma fagulha de esperança para muitos. Há, atualmente, uma atmosfera que é, ao mesmo tempo, de suspensão e expectativa. Mesmo com a vacinação a passos lentos no país, a demanda por viagens já começa a apresentar tendência de alta, até mesmo no Google Trends. O mesmo aconteceu no fim de 2020, quando o número de casos estava mais baixo e a Covid-19 parecia dar uma trégua, o que gerou um pico de pesquisas pelo termo “pacote de viagem”. Isso significa que estamos só aguardando condições seguras para nos lançarmos a jornadas de descobertas e coletividade.

Com o fim da pandemia, nossa necessidade de convivência pode nos levar por agradáveis caminhos rumo à reconexão com o próximo. Excursões em grupo, por exemplo, podem estar no horizonte de muitos de nós como uma forma de dividir essa maravilhosa sensação de estarmos novamente no mundo. Tomaremos pelas mãos quem nos é caro e os levaremos para ver e experimentar tudo aquilo de que fomos privados pelo vírus. Fomos todos transformados pelo trauma e pelos inúmeros sacrifícios que precisaram ser feitos em 2020 e 2021.

Não há como descolar nosso futuro dessas vivências que foram, em maior ou menor grau, dolorosas para todos. São justamente elas, portanto, que nos levarão a um novo estágio do nosso aprendizado enquanto seres sociais e ávidos por explorar novas fronteiras físicas e metafóricas. Vacina no braço, será hora de, descobrindo novos destinos e possibilidades, lado a lado com quem nos fez tanta falta durante esses tempos, reencontrarmos aqueles que somos de verdade.

 

*Adonai Aires de Arruda Filho é diretor da Serra Verde Express, da BWT Operadora, da pousada Caraguatá, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais (Abottc) e também diretor do Curitiba Região e Litoral Convention & Visitors Bureau (CCVB), entidade que presidiu por dois mandatos.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Produtores esperam aumento de vendas de flores com retorno dos eventos presenciais


Expectativa é um aumento de 2% a 5% no âmbito das floriculturas
Créditos: Olga Jaqueline Los Kassies


Campos estão preparados para atender demanda da retomada gradual de casamentos e comemorações programados para este ano

Após meses de muitos desafios, a produtora de flores Olga Jaqueline Los Kassies começa a acreditar no aumento das vendas. Como sua produção em Castrolanda, colônia holandesa localizada em Castro (PR), atende grande parte do mercado atacadista, principalmente de regiões do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e, eventualmente, o consumidor final e floriculturas, ela conta que foi muito atingida pela pandemia da covid-19. “Assim como ocorreu na grande maioria do comércio, a produção das flores também sofreu um grande impacto. Levando em consideração que todos os eventos foram cancelados, como consequência, as vendas caíram proporcionalmente”, relembra como foi em 2020. 

Com o avanço da vacinação contra a covid-19, eventos e festas estão retornando gradativamente. Com isso, a esperança de que as vendas aumentem é grande. “Agora que os eventos começam a ser realizados, já estamos numa situação melhor e nos preparando para garantir boas vendas daqui pra frente. Muitos dos que foram cancelados ao longo dos últimos meses ainda estão programados para acontecer”, comenta Olga. Para ela, que vende gipsofila, conhecida popularmente como mosquitinho, boca-de-leão e o lisianthus, o ano de 2020 foi marcado pela reinvenção para a produção não parar. “Percebemos que, na pandemia, as pessoas usaram as flores como forma de demonstrar carinho pelo próximo e, também, de trazer vida para dentro de casa. Aproveitamos o momento e nos reinventamos, disponibilizando flores com preços bem acessíveis nos supermercados e em postos de combustíveis, no sistema de self service”. 

Mercado

A perseverança de Olga faz com que hoje ela possa colher as flores com a expectativa voltada para frente. “Acreditamos que, num futuro próspero, conseguiremos colocar nossos produtos de volta no mercado e realizar o sonho adiado de muitas pessoas”, assegura. A produtora de flores é uma das mais de 200 mil pessoas que são beneficiadas com empregos diretos no ramo de floricultura. Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), mais de 800 mil empregos indiretos também são gerados pelo setor. 

A expectativa de um crescimento na área foi divulgada no começo do ano pela Ibraflor. Prevê-se um aumento de 2% a 5% no âmbito das floriculturas. Sendo que em 2020, apesar da pandemia do coronavírus, houve um aumento no faturamento de 10%. A área de ornamentação que inclui floricultura, decoração, paisagismo e auto serviço gerou mais de nove bilhões de reais. Os setores que tiveram a maior receita foram o de decoração (com 30%) e paisagismo (com 20%). Já os prejuízos maiores de 2020, tanto nas vendas no atacado quanto no varejo, foram com flores e folhagem de corte. 

Ornamentação gerou mais de nove bilhões de reais em 2020
Créditos: LucasHenriqueLos


Novas oportunidades no turismo local

Já de olho no futuro, o empresário Lucas Henrique Los viu uma oportunidade de unir sua paixão pelo turismo local com o plantio de flores. Durante a pandemia, ele decidiu cultivar lavandas inglesas e francesas em um campo. “A lavanda francesa é mais vendida como buquê e vendemos bastante no Dia das Mães, por encomenda. Já a lavanda inglesa, usamos para fazer produtos artesanais”, explica. 

Lucas iniciou a plantação num local também propício para a realização de piqueniques, pois ele percebeu que havia uma grande procura por esse tipo de espaço na região. O projeto tem previsão de início das operações a partir de janeiro de 2022, em Carambeí (PR),  com um conceito holandês. O Het Dorp Vilarejo Holandês terá comércio de lavandas e queijos artesanais. “Estamos com grande expectativa no pós-pandemia, porque acreditamos que as pessoas vão buscar mais pelo turismo local. Inclusive, muitas já entraram em contato com a gente para visitas, mesmo sem estarmos abertos, ainda. Então, estamos com excelentes perspectivas de receber muitos visitantes”, afirma Lucas Los. 

Para a conselheira da Associação Cultural Brasil-Holanda (ACBH), Janet Bosch, a resiliência e a dedicação dos produtores fazem com que a esperança no que está por vir seja positiva. “Com o turismo local e as comemorações retornando, todos podem gerar maior receita e aumentar a produção. Além disso, as flores também são um atrativo para o turismo local”, finaliza.