terça-feira, 22 de setembro de 2009

Turismo para todos

 

Destinos turísticos adaptados a pessoas com deficiência podem consolidar nicho de mercado rentável

 

Brasília (22/09) – Tirolesa, mergulho e surfe são atividades que podem ser praticadas por qualquer pessoa, desde que sejam observados os devidos cuidados e procedimentos de segurança. É o que mostra Edison Passafaro, cadeirante desde 1980 e coordenador do Comitê de Acessibilidade da Brazilian Adventure Society. Mergulhador há vinte anos, ele pratica vários esportes.

 

"Minha primeira grande aventura aconteceu em 1991, quando participei de uma expedição de mergulho com o oceanógrafo Jacques Cousteau. Também já voei de balão, fiz rafting no Nepal, saltei de pára-quedas e passei por várias outras aventuras. No Brasil, já estive em Bonito, onde fiz rapel e mergulho".

 

Na semana do Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, o coordenador lembra aos empresários do turismo que acessibilidade hoje é garantida por lei Federal. "Não é apenas uma questão de boa vontade. Pela legislação atual, para ter alvará de funcionamento um estabelecimento precisa ser um ambiente acessível". Passafaro se refere à Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

 

Edson diz, ainda, que os empresários brasileiros podem transformar a obrigação jurídica num grande nicho de mercado. Segundo o Censo 2000, do IBGE, existem no Brasil 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência ou incapacidade, o que representa 14,5% da população brasileira.

 

Para o coordenador, "o empresário inteligente é aquele que entende que não terá custos para adaptar o local, mas, na verdade, irá investir para absorver um mercado com milhares de pessoas que podem consumir e praticar atividades de turismo de aventura, de lazer ou de ecoturismo.

 

A Estância Hidromineral de Socorro, em São Paulo, é destino referência no segmento. Desenvolvido em parceria com o Ministério do Turismo (MTur), o projeto Socorro Acessível está adequando acessos e atividades da cidade, bem como a rede hoteleira e os estabelecimentos comerciais. Em maio deste ano, o município foi declarado oficialmente como destino-modelo em Aventura Especial no Brasil.

 

De 2006 a 2008, o projeto "Socorro Acessível" aplicou, no município, R$ 1,73 milhão em obras de infraestrutura turística, cursos de qualificação profissional para o atendimento a turistas portadores de deficiências físicas e/ou motoras, além de adaptações em passeios, equipamentos e edificações públicas, de acordo com a norma brasileira de acessibilidade nº 9050/2004 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

 

Para a Coordenadora Geral de Segmentação do MTur, Sáskia Lima, a cidade paulista deve servir de exemplo para o País. "Socorro não é apenas um destino preparado para receber pessoas com deficiência. As adaptações realizadas no município, por seus gestores públicos e empresários, torna a cidade um destino acessível para pessoas de todas as idades e necessidades, quer sejam idosos ou crianças", afirma.

 

O Ministério do Turismo, por meio da Coordenação Geral de Segmentação, desenvolveu em 2006 um Manual de Orientações sobre turismo e acessibilidade. Esse documento reúne as principais leis, decretos, portarias e normas técnicas relacionados ao tema. Acesse aqui as publicações do MTur.

 

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